domingo, 27 de julho de 2014

UM CAMINHO SOB O OLHAR DE MARIA

É este o título da última obra publicada sobre a vida da Irmã Lúcia, Vidente de Fátima.
Já conhecia bastante bem toda a história das aparições e das personagens intervenientes. A leitura atenta deste livro veio trazer-me algo de novo, embora não totalmente desconhecido. Impressionou-me (e considero muito natural) todo o sofrimento que ela passou com os inúmeros interrogatórios das mais variadas autoridades; com os incómodos de inúmeras visitas e curiosos que perturbavam a paz e o silêncio que residia na sua alma; a necessidade, mais que justificada mas dolorosa, de ter de abandonar Fátima- a sua terra- e ir para um convento; as contrariedades de andar de convento para convento (de Tuy para Pontevedra) ainda que justificadamente pois as ordens religiosas haviam sido expulsas pelos republicanos; a sua ânsia de se tornar Carmelita durante mais de 25 anos e de só o ter conseguido depois de muita insistência junto de Bispos e dos Papas; a sua dolorosa batalha para que o Papa consagrasse, em união com todos os Bispos do mundo, a Rússia a Nossa Senhora; o martírio da espera de uma alma, que vira a beleza do céu aos dez anos , mas só "algum tempo depois"- quase com 98 anos, é que lhe foi permitido concretizar o sonho/certeza de gozar em definitivo a beleza e felicidade da glória celestial.
Na década de sessenta surgiu a ideia de formar novas comunidades Carmelitas. Em 1963 foi visitada pela sua grande amiga D. Maria Eugénia Pestana que lhe falou de sua tia, D. Maria José Vasconcelos, amiga da Irmã Lúcia, tendo abordado a Quinta da Fonte Pedrinha, no Bom Jesus, como possível casa de um novo Mosteiro, lugar onde Lúcia havia passado várias vezes ainda jovem. A D. Maria Eugénia perguntou-lhe se lhe interessava a quinta. Lúcia respondeu que para ela não, mas para um novo Carmelo estaria bem se a quisesse deixar. A Senhora D. Maria José Vasconcelos fez, então, a oferta da quinta. Logo a Irmã Lúcia se desdobrou em contactos, elaborou a planta de adaptação da casa e deslocou-se sete vezes ao Bom Jesus (a última foi em 1970) para orientar as obras no edifício que se haveria de chamar Carmelo da Imaculada Conceição. No dia 2 de Maio desse ano já aí ficaram quatro irmãs a residir. Escreveu a Irmã Lúcia a esse respeito: "Mais um Carmelo é mais uma luz a brilhar no meio das trevas do mundo a indicar o Céu, uma ascensão para o sobrenatural, para Deus vivo, criador e senhor supremo de todas as coisas, princípio e fim da nossa própria existência..." Continua: "Foi para mim uma alegria imensa que Nosso Senhor se tivesse querido servir desta pobrezinha para abrir-Lhe de novo aquele sacrário e colocá-lo sobre aquele mesmo altar.... "


Esta nota vem complementar outras que já foram escritas neste blogue. Convém referir o carinho que a Vidente tinha pelo Bom Jesus e pela Quinta da Formigueira onde foi crismada.