domingo, 14 de fevereiro de 2010

FACTOS CURIOSOS DA VIDENTE DE FÁTIMA


A Vidente Lúcia frequentou durante quatro anos o Internato de Vilar, no Porto. As férias grandes, passava-as na Casa da Família Pestana, no Bom Jesus, conhecida por Quinta da Fonte Pedrinha, em Braga. No dia 26 de Agosto de 1921, com 14 anos, estando com sua Mãe em Braga e D. José Alves Correia, Bispo de Leiria, a passar férias na sua Quinta da Formigueira, em Frossos, Braga, a Lúcia foi lá (com a sua mãe) e D. José administrou-lhe o Santo Crisma na capela da quinta.
No memorial da Família Pestana de Vasconcelos consta que Lúcia gostava muito de apreciar e andar nos cavalos do Bom Jesus que, ainda hoje, são muito populares. Lúcia, só passados mais de 50 anos, é que voltou a Fátima achando tudo muito mudado.
Nessa altura a Senhora Maria Rosa ouviu o pedido de sua filha para ser religiosa. A mãe, depois de falar demoradamente com o Senhor Bispo de Leiria, deu-lhe a desejada licença. Partiu para Pontevedra, onde, pela encarniçada perseguição aos cristãos,  as religiosas tinham o seu Noviciado. Algumas vezes, sentindo muita afinidade com Santa Teresinha, desejou, ser como ela: carmelita. Mas os carmelos em Portugal estavam em reconstrução porque, devido à perseguição religiosa promovida pelos republicanos, tiveram as religiosas de exilar-se em Espanha. Ainda lhe passou pela cabeça uma solução: aprender a língua francesa e ingressar no Carmelo de Lisieux, em França.
Mas como as irmãs da Congregação de Santa Doroteia a tinham orientado durante quatro anos, estabeleceu contacto mais directo com elas. Decidindo tomar o hábito nessa congregação, professou em Espanha, onde viveu 25 anos. Os  dois anos nas Doroteias, passou-os já em Portugal. Embora a língua seja parecida, tem as suas diferenças. Ao princípio aconteceram-lhe incidentes que ela depois contava com imensa graça. Na primeira vez que se foi confessar, o sacerdote, que a não conhecia, depois de a ouvir, fez-lhe uma exortação. Despediu-a afavelmente, dizendo: «Vete en paz. Tus pecados quedan todos borrados». (Vai em paz.Os teus pecados ficam todos apagados). A irmã saiu do confessionário, com as mãos na cara, perdida de riso. A Superiora, que estava presente, foi interrogá-la:
– Porque é que a Irmã se pôs a rir, depois de ter recebido um Sacramento, que é todo arrependimento e de silêncio? Ela explicou que tinha ficado com vontade de se rir por causa daquelas palavras «pecados borrados».
Outra vez, andando a servir à mesa, uma das meninas do colégio pediu-lhe salsa. Imediatamente foi à cozinha, trazendo um ramo de salsa. Isto originou uma gargalhada geral, pois «salsa» significa em espanhol salada.
Mais factos lhe aconteceram, que poderiam constituir um livro de anedotas, como tantas vezes ela recordava. Muitas pessoas procuravam vê-la e falar-lhe, mas ela sempre escapava. Certa vez ia na rua e encontrou umas pessoas que lhe perguntaram onde fi cava o Convento no qual vivia a Vidente de Fátima. Delicadamente informou-as, mas acrescentou que nessa altura não se encontrava em casa, pois tinha saído!... Com a esperança de a poderem descobrir na rua, perguntaram-lhe como ela era:
– Assim mais ou menos como eu! – respondeu. E prosseguiu o seu caminho com toda a naturalidade, sem descobrirem o seu segredo.
A sua firmeza de carácter e constância na Mensagem que Nossa Senhora lhe confiou confiou pode verificar-se quando, um dia foi levada pelos Guardas ao Regedor de Ourém e, no percurso, havia nos montes covas de árvores que tinham deitado abaixo e arrancado os cepos. Então, para ver se ela tinha medo e desmentia, diziam-lhe os guardas: "diz que não viste N. Senhora, senão enterramos-te naquelas covas"! Mas ela, embora se arrepiasse toda, sentia uma força inexplicável e mantinha-se sempre firme!
Sabia cultivar certos valores, como música, bordar de vários modos ( até a ouro), fazer terços, costurar, sabia orientar uma cozinha, tratar da dispensa, trabalhar na horta e, até, orientar obras!...

Padre Fernando Leite (Voz de Fátima. nº 1002)

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